quinta-feira, 10 de junho de 2010

Será que foi negligência??


Familiares e amigos participaram nas cerimónias fúnebres ainda incrédulos com circunstâncias do acidente.

Carina Ferreira ia ao telemóvel no momento do acidente. Uma distracção, fatal, durante a condução, em velocidade assinalável, na auto-estrada. A ausência de marcas no pavimento, e de outros materiais, aponta para que "no momento do acidente" fosse "distraída e sem tempo para reagir".

A distracção, "associada a alguma velocidade, contribuiu para que o pequeno Peugeot subisse o talude, que funcionou como "rampa de lançamento e voasse quase 70 metros em direcção à ravina onde foi cair".

Ontem durante o funeral, em Lamego, amigos e familiares continuavam incrédulos com os contornos do acidente (ver texto em baixo) e muitos foram aqueles que voltaram ao local onde o carro foi encontrado. Mas as perícias da PJ, que afastaram "em definitivo" a hipótese de envolvimento de um segundo carro, "não deixam grandes dúvidas".

O veículo tinha acabado de entrar na A 24, "facto que afasta a hipótese de sonolência. No caso de doença súbita, que não foi apurada na autópsia, há sempre uma reacção e posterior travagem". Contingências que deixam marcas e vestígios na estrada.

Mas quer no pavimento da A 24 quer nas imediações do local onde se deu o acidente "não foram encontrados quaisquer vestígios.

É convicção dos investigadores que Carina "seguia distraída ao telemóvel, provavelmente a enviar sms ou a marcar números. No caso de uma chamada, há campo de visibilidade e espaço para reagir". Mas Carina não teve nenhuma reacção, "como indica a ausência de marcas".

O carro "seguia com alguma velocidade, entrou em despiste e subiu, na diagonal, os 5 m do talude, que ajudaram à projecção do veículo". Carina "perdeu o controlo do veículo em consequência da distracção, o que impediu qualquer reacção". No momento em que subiu o talude "há um embate, muito ligeiro, do pára-choques com o poste da vedação".

Embalado pelo talude, "que serviu como rampa de lançamento" o Peugeot "voou quase 70 metros em direcção à ravina". Depois foi, "literalmente, aos trambolhões pelo declive, sempre a bater do lado da condutora e depois assentou, de forma brutal, na traseira". Foi a queda, "violenta, do Peugeot que provocou as lesões, mortais", à jovem.

As peritagens demonstram ainda que o cinto de segurança "estava em tensão porque ficou bloqueado quando o carro caiu, em grande velocidade".

Sobre a velocidade a que o veículo seguia, os investigadores não se pronunciam. "É quase impossível de determinar." A perícia apenas deduziu que a velocidade "era elevada dada a distância que separa o primeiro ponto de embate do local da queda".

Carina deixou de ser vista a 1 de Maio quando se deslocava para a Régua, onde trabalhava e tinha prometido comparecer numa festa. Na noite do desaparecimento, a irmã, que saiu primeiro de casa, estranhou a demora e tentou contactá-la. Os telefones chamaram, mas Carina já não atendeu. Ao fim de 38 dias, com buscas e diligências policiais, o carro foi localizado no fundo de uma ravina, junto à A24. A PJ adiantou que se tratou de um acidente, tese desvalorizada durante a investigação; a autópsia confirmou-o.

Nos próximos dias, os resultados da perícia ao automóvel e da autópsia deverão ser remetidos ao Ministério Público, que decretará o arquivamento do caso.

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